Como Mike Flanagan fará “Carrie” parecer uma nova história – Gizmodo

Como Mike Flanagan fará ‘Carrie’ parecer uma nova história

O cineasta de The Life of Chuck falou sobre abraçar um horror mais tradicional em um clássico de Stephen King.

Fãs de horror e literatura ficarão empolgados ao saber que o experiente contador de histórias do universo cinematográfico de Stephen King, Mike Flanagan, tem algo novo planejado para sua adaptação de Carrie. A minissérie de oito episódios proposta pela Amazon era uma ideia à qual Flanagan inicialmente resistiu. Ele comentou à Variety: “Inicialmente pensei: ‘Por que? Isso já foi feito.’”

Não se pode culpá-lo por hesitar, pois o livro já foi adaptado diversas vezes. Mas, após refletir consideravelmente, ele afirmou: “Encontrei uma resposta para essa pergunta, e isso me deixou muito animado.”

Em seguida, ele recorreu a alguém que obviamente precisava fazer parte dessa discussão: o renomado autor de horror Stephen King, com quem Flanagan já desenvolveu uma relação de trabalho frutífera – inclusive em seu atual longa-metragem The Life of Chuck.

Contudo, quando Flanagan questionou Stephen King, a resposta foi simples: “Por que?” Sua primeira reação foi: “Deixe-a em paz. Ela já passou por suficiência.” Mas, conforme explicou, “quanto mais informações eu podia compartilhar, enviando-lhe o bible e o plano para o show, ele via que estávamos tentando fazer algo novo.” Foi então que, sem revelar muitos detalhes, King comentou: “Oh, agora estou interessado, apenas como fã. Estou ansioso para ver onde isso vai dar.” Uma vez que ele disse sim, o projeto seguiu adiante; caso contrário, Flanagan não o teria realizado. Assim, a relação evoluiu, mas King sempre manteve um profundo respeito pela separação entre o livro e sua adaptação.

O cineasta de Doctor Sleep busca modernizar a narrativa sobre a luta de Carrie para se encaixar, não apenas na escola, mas também em casa. Essa transformação, adaptada à era digital, orienta sua abordagem. “O que eu diria é que a história original tem meio século e é maravilhosa. Seus temas abordam a juventude, o bullying e as consequências disso. Acredito que, no mundo moderno de hoje, o significado e o impacto do bullying mudaram consideravelmente”, afirmou ele.

Flanagan também deixou entrever que, embora outras adaptações tenham se concentrado exclusivamente em Carrie, ele planeja explorar mais profundamente os outros personagens e o universo que a cerca. “Não posso falar exatamente sobre o que estamos fazendo, mas posso dizer o que não estamos fazendo. Não estamos recontando a história como ela foi contada, e não estamos fazendo um show sobre telecinese. Ela existe na trama, mas não é o foco central. Existe uma versão em que Carrie White carrega uma origem trágica de super-heroína que termina terrivelmente mal. Sinto que isso também já foi feito.”

Esta nova versão da história aparentemente conecta-se com a forma como as estruturas sociais se tornaram mais tóxicas, especialmente na era em que as plataformas online transformam ambientes em espaços de radicalização, mesmo depois que os jovens deixam a escola. “Estamos mais focados na destruição de uma comunidade por meio dessas ferramentas modernas. O que acontece em um mundo onde a internet cria um ambiente de anonimato percebido? Carrie White no vestiário, em qualquer adaptação, já é uma cena assustadora. Mas imagine Carrie White no vestiário hoje, quando as pessoas têm celulares nas mãos — isso é algo totalmente diferente.”

Essa abordagem remete a dramas contemporâneos centrados na juventude, como Adolescence, mas com a marca inconfundível do horror de Stephen King. Resta-nos aguardar e ver o que Mike Flanagan nos reservará.

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