#3 | CASA EDITORA – O CLARIM | Espiritismo.tv

CASA EDITORA – O CLARIM

Sob a sensível direção de Márcia Tamia e Zé Henrique Martiniano, este terceiro episódio nos leva ao coração de um dos pilares da divulgação espírita no Brasil: a Casa Editora O Clarim. Em um ambiente modesto, mas repleto de paixão e dedicação, Wallace Leal encontrou sua verdadeira vocação editorial — transformando a revista, o jornal e os livros do Clarim em veículos de luz e esperança.

A história se inicia na tipografia antiga, onde Jô organizava as composições gráficas e Wallace revisava provas com seu olhar apurado. A cada nova remessa de correspondência, vindas da França, da Alemanha e de diversos cantos do mundo, ele abria as caixas de posta, decifrava manuscritos, traduzia obras internacionais e preparava prefácios tão brilhantes que despertavam, logo na leitura, o desejo de conhecer o conteúdo. Foi essa entrega que manteve o Clarim vivo em tempos de crise, contando com sessões de autógrafo, venda de exemplares e o apoio generoso de Chico Xavier.

Em Matão, onde a editora chegou a funcionar por um ano, testemunhamos a luta pela modernização: José Cunha aportava recursos, Jô e Clotilde se revezavam na diagramação, e Wallace conciliava reuniões com a FEB, correspondências internacionais e até a organização de palestras beneficentes. Mesmo diante das distrações da juventude, ele corrigia cuidadosamente cada linha durante a revisão dos panfletos e folhetins, sempre trocando ideias sobre mediunidade e arte com sua equipe.

Ao longo do episódio, depoimentos de quem viveu esses bastidores ilustram a trajetória de Wallace: sua afinidade com Marlene Nobre, a intensa correspondência com centros espíritas estrangeiros, a doação de romances que reergueram o Clarim e até o momento em que Emmanuel, por meio de um recado, desaconselhou sua bolsa de estudos na Romênia, mantendo-o fiel ao seu compromisso com a casa de Araraquara. Cada memória constrói o retrato de um homem que, mesmo com um olhar voltado para luzes que transcendem o planeta, nunca deixou de valorizar o trabalho cotidiano de edição, tradução e gestão.

No fechamento do episódio, aprendemos que o verdadeiro legado de Wallace Leal está não apenas nos livros impressos, mas nas vidas tocadas por suas palavras e nas sementes de esperança plantadas no coração de cada leitor. Um simples escritório tipográfico transformou-se num farol para o espiritismo, guiado pela visão e pelo amor de um gigante editorial.

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