Reencarnação: desmistificando mitos e descobrindo nosso verdadeiro propósito, por João G. Afonso Filho – Portal Espiritismo com Kardec – ECK

Entendendo a reencarnação

Ao compreender a reencarnação de forma abrangente e de acordo com os postulados genuinamente espíritas, percebemos que muitas interpretações, especialmente as difundidas no Brasil, se afastam do entendimento essencial ao serem carregadas de conotações equivocadas e de teor meramente religioso. Sem o devido conteúdo doutrinário, a participação em casas espíritas pode levar à crença de que a religião serve como fuga, impedindo a autonomia diante das adversidades da vida.

A abordagem ortodoxa da reencarnação

Quando se aborda a reencarnação, a ideia costuma ser muito ortodoxa e baseada em explicações que beiram o absurdo, como a de reencarnar para pagar pecados ou débitos de vidas passadas, ou a aplicação da lei de Talião – “olho por olho, dente por dente” – anterior à Bíblia. Nesse turbilhão de desinformação, encontram-se dúvidas sobre fé e orientação que muitas vezes permanecem sem respostas satisfatórias.

O verdadeiro propósito segundo a doutrina espírita

Em vez de abordar a questão 132 de “O Livro dos Espíritos”, que explica a finalidade da encarnação dos Espíritos, destaca-se uma pergunta que marcou profundamente gerações: “Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados?” A resposta, dada pelas Inteligências Invisíveis, possui três núcleos que elucidam a importância de nossas ações:

  1. Instruir os homens: Ajudá-los a avançar e melhorar suas instituições por meio de ações diretas e materiais.
  2. Missões diversas: Seja o cultivo da terra, o governo ou a instrução, todos cumprem uma missão de alguma relevância.
  3. Participação no desígnio da Providência: Enquanto o Espírito se depura pela encarnação, também contribui para a realização dos planos da Providência, tornando cada ser útil de alguma forma.

Essa resposta convida à reflexão sobre o verdadeiro propósito de nossa existência na Terra. Ao perceber que cada ação, por mais simples que seja, está inserida em um grande plano, entendemos que, ao realizar nossas tarefas diárias com dedicação – seja cultivando a terra, governando ou ensinando – contribuímos para o progresso espiritual e social.

Essa compreensão nos leva a valorizar cada momento e a reconhecer que a missão de cada um, por mais discreta que pareça, tem um impacto significativo na nossa evolução e na do mundo ao nosso redor. Afinal, mesmo num cenário marcado por desigualdades e desafios, a humanidade segue presente e viva.

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