Animismo: O Fenômeno Mediúnico e Sua Relação com o Espiritismo

O conceito de animismo dentro da Doutrina Espírita refere-se à manifestação de um médium que, sem perceber, transmite seus próprios pensamentos e sentimentos como se fossem mensagens de espíritos desencarnados. Esse fenômeno ocorre quando o médium, ainda em processo de desenvolvimento, não consegue distinguir perfeitamente entre a sua própria mente e as influências do mundo espiritual. Embora o animismo seja um fenômeno natural e comum, especialmente em médiuns iniciantes, ele pode ser superado com disciplina, autoconhecimento e a prática constante do discernimento. Neste post, exploraremos o que é o animismo, como ele se manifesta nas sessões mediúnicas, como diferenciar o animismo da comunicação genuína com os espíritos e qual seu impacto no desenvolvimento mediúnico.


O Que é o Animismo?

O animismo no espiritismo é a manifestação de pensamentos, sentimentos e projeções do próprio médium que se confundem com comunicações espirituais. O termo “animismo” vem do latim anima, que significa alma ou espírito, e se refere à crença de que a alma ou espírito é a força vital dos seres vivos. Dentro do espiritismo, o animismo ocorre quando o médium, em seu processo mediúnico, acredita estar recebendo uma comunicação de um espírito, mas, na verdade, está simplesmente expressando seus próprios pensamentos ou emoções, sem a intervenção de um espírito desencarnado.

É importante entender que o animismo não é um fenômeno de fraude, mas sim um reflexo das condições do médium. Ele pode ocorrer em qualquer estágio da mediunidade, mas é mais comum entre os médiuns iniciantes, que ainda não possuem total controle sobre sua sensibilidade mediúnica. Com o tempo e a prática, o médium aprende a distinguir entre suas próprias ideias e os verdadeiros comunicados espirituais, reduzindo as ocorrências de animismo nas suas sessões.

Esse fenômeno, portanto, não invalida a mediunidade, mas exige um trabalho de desenvolvimento e discernimento para que o médium possa se tornar mais preciso em suas comunicações espirituais.


O Animismo nas Sessões Mediúnicas

O animismo pode se manifestar de várias formas durante uma sessão mediúnica. Em alguns casos, o médium pode começar a escrever ou falar sobre questões que são completamente pessoais, relacionadas ao seu estado emocional ou até mesmo suas crenças. Essas manifestações podem ser confundidas com uma comunicação genuína, pois, no início, o médium pode não perceber que está projetando seus próprios sentimentos ou preocupações. Por exemplo, um médium que esteja passando por uma fase difícil pode começar a transmitir mensagens de desespero ou frustração, interpretando essas manifestações como vindo de um espírito, quando, na realidade, essas são apenas projeções de suas próprias emoções.

Além disso, o animismo pode ocorrer quando o médium, sem querer, expressa seus próprios desejos ou expectativas. Isso é comum quando o médium tem uma forte necessidade de obter uma resposta sobre algo importante e acaba “sugerindo” a resposta ao espírito, sem perceber que está misturando seus próprios pensamentos com a comunicação do mundo espiritual. Essas mensagens não são necessariamente falsas, mas sim influenciadas pela energia emocional do médium, o que pode comprometer a clareza e autenticidade das mensagens.

Para evitar o animismo, os médiuns devem praticar o autoconhecimento e desenvolver a capacidade de distinguir suas próprias emoções e pensamentos das influências espirituais. A disciplina mediúnica e o estudo contínuo são essenciais para alcançar esse nível de discernimento.


Como Diferenciar o Animismo da Comunicação Espiritual Genuína

A distinção entre animismo e verdadeira comunicação espiritual é fundamental para a prática mediúnica. Existem vários indicadores que podem ajudar a perceber quando uma comunicação é de fato espiritual e quando é uma projeção do médium. As mensagens genuínas dos espíritos geralmente possuem uma clareza, profundidade e sabedoria que refletem o nível de evolução do espírito comunicante. Além disso, a mensagem é coerente com o contexto e as experiências do médium, mas não se limita ao conhecimento ou ao estado emocional do médium naquele momento.

Uma característica comum do animismo é a falta de profundidade ou a superficialidade da mensagem, que tende a ser muito pessoal e restrita aos interesses ou preocupações imediatas do médium. As mensagens espirituais autênticas, por outro lado, tendem a ser mais universais, oferecendo conselhos aplicáveis a muitas pessoas e não apenas ao médium. Outro ponto importante é o sentimento de paz e tranquilidade que as comunicações espirituais verdadeiras costumam proporcionar, enquanto o animismo pode gerar uma sensação de confusão ou desconforto no médium, já que ele está mais envolvido com seus próprios sentimentos do que com a mensagem de um espírito.

A prática de discernimento é fundamental para evitar que o animismo interfira nas comunicações mediúnicas. Médium e participantes devem estar atentos ao conteúdo das mensagens e à sensação interna de autenticidade ou desconforto que pode surgir durante a sessão.


O Impacto do Animismo no Desenvolvimento Mediúnico

O animismo pode ter um impacto significativo no desenvolvimento do médium. Durante as primeiras etapas do aprendizado mediúnico, o médium pode se deparar com dificuldades em distinguir suas próprias emoções e pensamentos das influências espirituais, o que pode levar a confusões e interpretações errôneas. No entanto, o animismo não deve ser visto como um obstáculo permanente, mas como parte do processo de amadurecimento da mediunidade. Com o tempo, o médium vai desenvolvendo mais clareza e aprendendo a se separar de suas próprias projeções, permitindo que a comunicação espiritual seja mais pura e eficaz.

Além disso, o animismo pode dificultar a confiança entre o médium e os espíritos desencarnados, já que as mensagens distorcidas podem ser confundidas com enganos ou fraudes. Portanto, é essencial que os médiuns adquiram o conhecimento necessário para superar o animismo e, assim, criar um ambiente mais confiável para a comunicação espiritual. A prática da autodisciplina, o estudo contínuo da Doutrina Espírita e o acompanhamento por médiuns mais experientes são recursos importantes para o aprimoramento da mediunidade.

Com a prática constante, o médium será capaz de evitar as influências do animismo, o que não apenas melhora a qualidade das mensagens mediúnicas, mas também facilita o seu próprio crescimento espiritual.


Mitos e Verdades sobre o Animismo no Espiritismo

O animismo é frequentemente mal interpretado dentro do espiritismo. Muitas vezes, as pessoas associam o animismo a fraudes ou enganos de médiuns, quando, na realidade, trata-se de um fenômeno natural e comum, especialmente em iniciantes. A ideia de que o animismo é uma prática enganosa é um mito. Na verdade, o animismo é uma projeção do médium, que ainda está em processo de desenvolvimento, e pode ser superado com o tempo.

Outro mito relacionado ao animismo é a suposição de que ele é sempre negativo ou indesejável. Embora o animismo possa distorcer as mensagens e dificultar a clareza da comunicação, ele também é uma parte necessária do processo de aprendizado e amadurecimento do médium. Com a prática e o tempo, o médium pode aprender a controlar essa projeção e se tornar mais eficaz em sua comunicação com os espíritos.

A verdade sobre o animismo é que ele é uma etapa natural no processo de desenvolvimento mediúnico. É importante que os médiuns compreendam isso e saibam como identificar quando estão projetando seus próprios sentimentos, a fim de se aperfeiçoar constantemente e criar um canal mais claro para a comunicação espiritual.


Conclusão

O animismo é uma parte importante da prática mediúnica no espiritismo, especialmente nos primeiros estágios do desenvolvimento de um médium. Embora o animismo possa confundir as mensagens e criar dificuldades no processo de comunicação com os espíritos, ele também é uma oportunidade para aprendizado e crescimento. A chave para superar o animismo é o discernimento, a prática constante e o autoconhecimento. Ao se aprofundar na Doutrina Espírita e buscar o desenvolvimento espiritual, o médium pode aprender a distinguir entre suas próprias emoções e os verdadeiros ensinamentos dos espíritos, criando um ambiente mais claro e eficaz para as comunicações espirituais.


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