A queda – Portal Espiritismo com Kardec – ECK

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A natureza dual acompanha o Espírito nos planos em que se manifesta: planos igualmente duais, o físico-corporal e o espiritual. Kardec, aliás, sentenciou, com substrato nos ensinos das Inteligências Invisíveis, acerca dos dois elementos que formam o universo (Matéria e Espírito), que a individualidade é Espírito mas se torna Alma, quando encarnada. Dual é dia e noite, claro e escuro, quente e frio, bem e mal. Não que inexistam infinitas gradações entre as extremidades, posto que se pudéssemos conceber uma figura explicativa, seria as subdivisões de uma régua ou uma trena. E a Matemática, assim, permitiria a infinitude da divisão numérica, em subelementos constitutivos da essência.

Dual também é, literária ou poeticamente, sensorial e psiquicamente, a representação dos sentimentos

prazer e dor, alegria e tristeza, amor e ódio, alívio e angústia, bondade e maldade, altruísmo e egoísmo, humildade e orgulho. E, assim, sucessivamente.

Por extensão, nestes opostos, tem-se a dualidade da ascensão e da queda que não representam estados permanentes – posto que somos seres progressivos em mundos progressivos – o que nos remete àquilo que Kardec, sabiamente, extraiu das sugestões espirituais, na composição do seu excelente livro teórico-empírico, cujo subtítulo é “A Justiça Divina segundo o Espiritismo”, tutelando os dois estados d’alma (ou do Espírito), como “Céu” e “Inferno”. Novamente, aqui, permitindo que, entre um e outro, diametralmente opostos, figurassem “n” estágios, representativos das idas e vindas da inteligência individualizada em seu percurso vital-espiritual.

A hora do testemunho

Eis que, da ascensão, experimentamos, novamente, a queda, em termos conjunturais, organizacionais e estruturais. Os espíritas, no Brasil, estão minguando e, se seguida esta tendência, poderão até desaparecer – como praticamente desapareceram na França e na Europa, algumas décadas após a morte do professor francês. Há quem afirme que a Doutrina dos Espíritos é imortal, porque corresponde aos conteúdos da própria Justiça Divina e suas Leis Universais. Fato. Mas ela é – e será sempre – inerte. Precisará de quem a “movimente”.

Necessitará dos Espíritos – e, no campo material, de mulheres e homens

Enquanto doutrina ou filosofia na sociedade humana, o Espiritismo está em franca queda, porque se afastou da essência e se manteve atávico nos detalhes das opiniões, permeado por misticismos e religiosismo – que tanto afastam, entre si, os indivíduos – posto que tais não possuem o lastro da concordância universal, como estabeleceu Kardec.

Eis a “hora do testemunho” para sair dos personalismos e das orgulhosas vaidades, honrando o livre pensamento e a livre expressão – mas com a inafastável baliza da racionalidade lógica – para transmitir aos “puros de coração” as leis e os princípios espirituais. Quem o fará?

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